Há aqui na roça uma mosca dourada, tão
bonita e estilosa que parece ter sido inventada pelo Steve Jobs. Mas é uma praga. Quando fui tirar a
fotografia da árvore tombada nos fundos de casa, fui mordido por uma dessas criaturas fashion-design. O polegar de minha mão direita assumiu o tamanho e o formato do dedão
de meu pé esquerdo e assim ficou até agora pouco, antes da novela, quando
desinchou por completo. Esperemos apenas que não tenha me
inoculado suas malditas larvas, a desgraçada...
terça-feira, 14 de fevereiro de 2012
A guerra das árvores
ALTO VERÃO NO SERTÃOZINHO. As árvores na
beira dos barrancos tombam sobre os caminhos, de tanto que se debruçam para
abraçar o sol. E é de dar dó ver um gigante daqueles prematuramente atravessado
no meio da trilha, derrubado por sua cupidez por uma estrelinha distante, e absolutamente indiferente à sua sorte, ao seu amor, à sua paixão.
Quem as vê assim, quase imóveis, levada pela brisa vespertina, há de pensar que são criaturas dóceis, sábias e inertes, mas a verdade é que o negócio das árvores é uma concorrência feroz, suja e desleal em busca de um melhor lugar ao sol. Elas se empurram, se enroscam, se engalfinham, se acotovelam até finalmente derrubarem umas às outras, em um lento embora mortal combate do qual nós, desavisados seres humanos, sequer nos damos conta, porque ocorre em um tempo infinitamente mais lento que o tempo que duram os combates que travamos contra os nossos semelhantes.
À primeira vista, é impossível reconhecer aquilo como uma guerra mas se de algum modo pudéssemos acelerar o filme, veríamos um espetáculo terrível de tentáculos monstruosos obstruindo, enforcando e asfixiando os concorrentes em uma luta cruel pela sobrevivência, de modo que seríamos obrigados a reconhecer que a guerra das árvores e real e inexorável.
Quem as vê assim, quase imóveis, levada pela brisa vespertina, há de pensar que são criaturas dóceis, sábias e inertes, mas a verdade é que o negócio das árvores é uma concorrência feroz, suja e desleal em busca de um melhor lugar ao sol. Elas se empurram, se enroscam, se engalfinham, se acotovelam até finalmente derrubarem umas às outras, em um lento embora mortal combate do qual nós, desavisados seres humanos, sequer nos damos conta, porque ocorre em um tempo infinitamente mais lento que o tempo que duram os combates que travamos contra os nossos semelhantes.
À primeira vista, é impossível reconhecer aquilo como uma guerra mas se de algum modo pudéssemos acelerar o filme, veríamos um espetáculo terrível de tentáculos monstruosos obstruindo, enforcando e asfixiando os concorrentes em uma luta cruel pela sobrevivência, de modo que seríamos obrigados a reconhecer que a guerra das árvores e real e inexorável.
E que a vida tende à morte em toda parte.
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
A Máquina do Tempo
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